A empresa Queiroz Serviços e Gestão em Saúde, portadora do CNPJ 02.216.892/0001-98, é conhecida no meio governamental há bastante tempo. Ela é portadora de inúmeros contratos dentro do Governo do Estado que juntos somam mais de R$ 14 milhões. De acordo com informações do Portal da Transparência, o primeiro contrato foi firmado em 2019.


Recentemente, a empresa chegou a ser comparada com a ITO-AM (Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas) por sua irresponsabilidade com a saúde pública. Informações de bastidores revelam que a Queiroz, supostamente, realiza a prática da “rachadinha” de plantões, onde cada profissional assume um total de 6h das 12h que deveriam estar dentro da unidade de saúde realizando os atendimentos, o que se torna extremamente prejudicial a população que precisa do atendimento gratuito.
JÚLIO CEZAR O “JÚLIO BOI”

Um dos sócios da Queiroz é Júlio Cezar Furtado de Queiroz, conhecido no meio político como “Júlio Boi”. O médico e empresário foi um dos principais doadores na campanha de Amom Mandel em 2024, quando o deputado concorreu a prefeito de Manaus. Ao todo, Júlio destinou R$ 137 mil ao parlamentar, todavia, este não seria o foco principal desta reportagem.


Tanto Júlio Cezar quanto a Queiroz possuem inúmeros processos na Justiça. Em recente pesquisa no JusBrasil, esta redação verificou que o empresário foi citado em um processo por crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores.

Além disso, o empresário carrega outros processos como: Dívida Ativa ou reclamações trabalhistas.

MAUS CAMINHOS
Conhecida por ser a investigação de corrupção com maior quantidade de recursos públicos, a operação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 2016 e resultou na cassação do governador da época, José Melo. A Maus Caminhos deixou muitos empresários e políticos famosos em todo o Brasil por desvio de verbas que deveriam ser destinadas a pasta da saúde.

E onde Júlio entra nessa história? O empresário foi uma das testemunhas do médico, Mouhamad Moustafa, apontado como líder da organização criminosa que desviou MILHÕES dos cofres públicos.

Na época, para testemunhar em sua defesa, Mouhamad chamou: o ex-secretário de Administração do Governo (Sead) Evandro Melo; os ex-secretários de Saúde (Susam), Wilson Alecrim, que comandou a pasta por cinco anos, e Pedro Elias, que permaneceu à frente da secretaria por um ano e meio; o ex-chefe da Casa Civil, Raul Zaidan; o presidente da Comissão Geral de Licitação do Governo do Estado (CGL), Epitácio de Alencar e Silva Neto, e o ex-presidente do Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (ICEA), *Júlio Cezar Furtado de Queiroz.*
Tendo em vista que Júlio defendeu Mouhamad, conclui-se que “ele não é flor que se cheire”. E circula nos bastidores políticos que defender Mouhamad teria feito com que a Queiroz perdesse os contratos dentro da Prefeitura na época. E se ligarmos os pontos, Júlio ser um dos maiores doares da campanha de Amom para prefeito em 2024, dá indícios de que o empresário visava voltar a ter contratos milionários na prefeitura de Manaus.